sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

HOMENAGEM A AFONSO DUARTE



Homenagem ao Poeta Afonso Duarte

A ALTERNATIVA – Associação Cultural, em colaboração com a Editorial Moura Pinto, irá homenagear o Poeta AFONSO DUARTE, nos próximos dias 5 e 8 de Março.

Assim, no dia 5 de Março (Quarta-Feira), a partir das 17h30m, decorrerá no Café Santa Cruz, em Coimbra, uma sessão evocativa da vida e da obra do Poeta. A alocução principal será proferida pelo Dr. Carlos Santarém de Andrade.

No dia 8 de Março (Sábado), a homenagem decorrerá na Ereira e em Montemor-o-Velho. A partir das 11h00 haverá uma concentração junto do busto do Poeta, na Ereira, seguida de uma visita ao cemitério local, junto da sepultura de Afonso Duarte. Seguir-se-á um almoço de confraternização (o prato principal será a famosa lampreia da Ereira), na "Tasquinha da Ereira", em Montemor-o-Velho.

IMPORTANTE - Pede-se aos Associados da ALTERNATIVA que nos informem (por mensagem electrónica para o endereço alternativa.acdsh@gmail.com ou através do telefone 916083846) da sua intenção de comparecer ao repasto, para que o serviço de restauração possa estar prevenido quanto ao número previsível de pessoas. As despesas correrão por conta de cada um.


Afonso Duarte nasceu a 1 de Janeiro de 1884, na aldeia da Ereira, freguesia de Verride, concelho de Montemor-o-Velho. Publicou, entre outros livros, Cancioneiro das Pedras (1912), Barros de Coimbra (1925), Os Sete Poemas Líricos (compilação da sua obra poética, inédita e publicada, 1929), Ossadas (1949), Sibila (1950), Canto de Babilónia (1952), Canto de Morte e Amor (1952) e Obra Poética (1.ª edição, 1956). Morreu em Coimbra, a 5 de Março de 1958, e foi sepultado no cemitério da Ereira.

"[Afonso Duarte] acompanharia em Coimbra sucessivas gerações de poetas, salientando-se, a partir de Ossadas (1947), como um dos melhores líricos actuais pela contenção descarnada com que dá, no drama de uma velhice, todo o drama de uma geração amordaçada (Obra Poética, 1956); os seus primeiros livros, afins do neo-romantismo saudosista, de resto tocados por certa tradição bucólica medievo-renascentista, foram reunidos em Os 7 Poemas Líricos, 1929; os seus volumes editados nos anos 50 inscrevem-se numa tradição aforística popular-bandarrista-vicentina e do Camões de Sobre os rios que vão…, e apresentam modulações do inicial panteísmo para um certo à-vontade prosaico, para uma certa religiosidade apocalíptica, mas numa constante fidelidade à materialidade pétrea ou óssea que sentiremos repercutir, tanto no Vitorino Nemésio, como no Carlos de Oliveira finais." (Óscar Lopes, in História da Literatura Portuguesa ).

Excerto do discurso proferido por Vitorino Nemésio no Castelo de Montemor-o-Velho no momento da inauguração da lápide onde está inscrita a quadra do poeta: Onde nasceu o Fernão Mendes Pinto?/Jorge de Montemor onde nasceu ? /A mesma terra, o mesmo céu que eu pinto, / Castelo velho, o que foi deles é meu.

Se não generalizo a partir duma possível consciência acomodada aos meus sentimentos e propósitos poderei dizer que todos aqueles que se juntaram em torno de Afonso Duarte para festejarem os seus cinquenta anos de poesia vieram, de coração puro e mente limpa, provar que ainda é possível, em íntima e viva liberdade – que é a que cada qual tira da própria boa fé e do respeito e amor aos outros – realizar a unanimidade portuguesa na admiração dum grande poeta em quem Poesia e Vida se uniram servindo de espelho a uma grande alma."
Vitorino Nemésio - Homenagem a Afonso Duarte (24 de Junho de 1956)

Depois dos depoimentos destas referências fundamentais da Cultura Portuguesa (que entenderam venerar AFONSO DUARTE) – e com todos estes anos de permeio – vamos agora nós provar que é também nosso o legado que foi admirado por um Vitorino Nemésio e por um Óscar Lopes. A ALTERNATIVA – Associação Cultural irá cumprir, uma vez mais, o escopo para que foi criada.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

PRIMEIRA "TERTÚLIA ALTERNATIVA"

Conforme o anunciado, decorreu, no passado dia 18, na Galeria Santa Clara, a primeira "TERTÚLIA ALTERNATIVA", onde se falou, em tom descontraído e em clima de grande camaradagem, nos "filmes da nossa vida".

O tema foi muito bem apresentado, no início, pela nossa associada Alexandra Silva, tendo-se generalizado um estimulante diálogo entre todos os presentes após a sua exposição inicial. Na última reunião de Direcção, foi deliberado manter a segunda-feira como dia adequado para a realização destas nossas iniciativas.

A segunda "TERTÚLIA ALTERNATIVA" será anunciada oportunamente, embora possamos desde já adiantar que versará sobre "Intervenção no Património" e que terá como expositores iniciais os nossos associados Fernando Madeira e Maria Antónia Lucas da Silva. Embora em sectores diferenciados, tanto o Fernando como a Maria Antónia se encontram profissionalmente ligados a temáticas de conservação de património edificado e cultural, pelo que prevemos uma excelente oportunidade para reflectir e actualizar perspectivas sobre esta temática.

Não queremos concluir esta breve notícia sem transcrever aqui as poesias que o nosso Amigo Prof. João de Castro Nunes nos enviou. Elas versam sobre três filmes memoráveis, como memoráveis nos parecem os versos de João de Castro Nunes.
Os filmes que estiveram na base da sua motivação poética foram "E tudo o vento levou", "O Carteiro de Pablo Neruda" e "O Pianista".
Quem não recorda estes momentos altos da cinefilia?

Tudo o vento levou

Tudo o vento levou, beleza, altura,
alianças, desavenças, amizades,
juras de amor, ciúme, hostilidades,
tudo o tempo desfaz, nada perdura.

Apagam-se as estrelas no universo
inexoravelmente sem que a vida
volte a surgir, igual ou parecida,
em novo, casto e mais dourado berço.

Dê lá por onde der ou quando for
e sem se imaginar como será,
coisa nenhuma o vento poupará.

Só Deus vai durar sempre, ó meu amor,
só Ele e o nosso amor, nossa afeição,
no cerne do seu vasto coração!


O carteiro

Em todo o ser humano há um carteiro
que um dia se enamora de uma dama
querendo antes do mais saber primeiro
o nome que ela tem, como se chama.

Para uns é Beatriz, como a de Dante,
para outros Leonor, Laura ou Diana,
para Camões seria… Violante
se quem o diz acaso não se engana.

Todos somos carteiros na existência
que em dada altura, sem lugar nem data,
nos vemos nessa súbita emergência.

Só que nem todos temos um Neruda
para com seus poemas na hora exacta
nos dar a sua… calorosa ajuda!


O pianista

“Sou pianista” - disse esfomeado
o polaco judeu ao capitão
das forças alemãs da ocupação
que o surpreendeu no esconderijo ao lado.

“Toque!” - ordenou. Sem se fazer rogado,
o polaco judeu com emoção
tocou de modo tal que o alemão
ficou praticamente desarmado.

Absorto, sem sequer pestanejar,
pregado ao solo, o oficial nazi
não foi capaz de o expulsar dali.

Que bela cena aquela a demonstrar
que até no meio da brutalidade
pode ter voz a sensibilidade!


Os três poemas são da autoria de João de Castro Nunes.
Bem-haja pelo seu envio!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

TERTÚLIAS ALTERNATIVAS - "Os filmes da minha vida"

A ALTERNATIVA-Associação Cultural vai iniciar, já a partir de amanhã, segunda-feira, dia 18 de Fevereiro, as suas "TERTÚLIAS ALTERNATIVAS".

Trata-se de uma reunião informal muito descontraída, de um convívio de Amigos, a realizar quinzenalmente na Galeria Santa Clara (Rua António Augusto Gonçalves, nº 67, localizada do lado esquerdo do Portugal dos Pequenitos, para quem está voltado para o portão principal).

Cada Tertúlia tratará de um tema específico, a desenvolver inicialmente por um Associado. A primeira conversa será iniciada pela Associada Alexandra Silva que irá falar-nos sobre "Os filmes da minha vida". Depois, os outros Associados poderão referir, caso queiram, os filmes da vida deles e o porquê de tais preferências.

Convidamos todos os Associados a sugerirem-nos temas que queiram apresentar em futuras Tertúlias. Os mais tímidos poderão ser apenas ouvintes. Mas como iremos estar "em família", não há razão para nos retraírmos. Todos os temas são "elegíveis" e a sua abordagem será feita com a nossa costumada abertura de espírito e com o nosso comprovado pluralismo cultural.

A "Tertúlia Alternativa" irá iniciar-se amanhã por volta das 21h30m e terminará às 23h45m (quem quiser, poderá prolongar a noite e ficar "à conversa"). A entrada é livre, pagando cada um o consumo que fizer.

Gosta de cinema? Gosta de falar sobre filmes? Então, apareça!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

ALTERNATIVA

Fora dos muros da Universidade

com setecentos anos de existência

que foi mas já não é, por excelência,

o fulcro dominante da cidade,

Saúdo com fundada expectativa

a acção que na cultura sem barreiras

quer fomentar na região das Beiras

a Associação chamada ALTERNATIVA.

Há que lançar Coimbra para a frente

dos horizontes culturais do meio

que lhe é por natureza concernente.

O facho da cultura empunhe em mão

no centro do país sem ter receio

de ser objecto de confrontação!

João de Castro Nunes

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Colóquio D. CARLOS E O REGICÍDIO em imagens (2º dia)


"D. Carlos e o Regicídio" contou com cerca de 60 inscritos, na sua maioria sócios da ALTERNATIVA.

Coube a António Reis a sessão de encerramento dos trabalhos, lançando a questão "O regicídio atrasou ou activou a revolução republicana?"


Noémia Malva Novais apresentou o regicídio visto pela imprensa, um dia depois.

Isabel Nobre Vargues apresentou algumas mortes violentas de reis, estadistas e presidentes.

Miguel Santos apresentando a sua comunicação sobre "Regicídio e violência no discurso anti-republicano".

Pignatelli Queirós apresentou as suas reflexões sobre o regicídio como auge de uma conspiração.

Início dos trabalhos no Sábado de manhã.

Colóquio D. CARLOS E O REGICÍDIO em imagens (1º dia)

Plateia do Colóquio.

Fernando Fava apresentou o regicídio visto pelos Republicanos.


Amadeu Carvalho Homem falou-nos de D. Carlos e o Grupo dos Vencidos da Vida.

Discurso de abertura pelo Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação.

Entrada do Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra onde decorreram as sessões.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Série portuguesa "O dia do Regicídio"

No dia em que a ALTERNATIVA assinala o centenário do regicídio, a RTP1 vai exibir, pelas 22h., um documentário/making off da série "O dia do Regicídio" que exprime os vários pontos de vista sobre este momento histórico.

A série que tem também como objectivo assinalar o centenário do assassinato do rei D. Carlos terá seis episódios, que vão ser exibidos dois a dois nos dias 2, 3 e 4 de Fevereiro, pelas 21.30h.

O realizador Fernando Vendrell fez questão de esclarecer ao DN online que desde o início das gravações surgiram várias dúvidas sobre a versão que seria apresentada, afirmando que "não pretendemos fazer nenhum ponto de vista, nem monárquico, nem republicano". "Este é apenas um projecto de ficção, baseado nos factos históricos", concluiu. O guionista Filipe Homem Fonseca, das Produções Fictícias, também sublinhou que "a única preocupação foi contar uma história, sem adulterar os acontecimentos".

De entre as cerca de 60 personagens destacam-se os papéis dos conceituados actotes portugueses Susana Borges, como rainha D. Amélia, Adriano Luz que dá corpo a João Franco e Pedro Wallenstein que veste a personagem de rei D. Carlos.

Aqui fica o trailer: